A reserva das mangabeiras, onde estão cerca de 11 famílias que vivem da atividade de extrativismo do fruto, foi o local de um ato simbólico da comunidade e outros grupos na manhã desta quarta-feira, 19, nas proximidades do bairro 17 de Março. A Associação das Catadoras de Mangaba tem demonstrado preocupação com o projeto da Prefeitura de Aracaju de construção de um conjunto habitacional na região, que estaria colocando em risco parte da reserva que é o sustento das famílias.
De acordo com Uilson de Sá, presidente da associação, o projeto da Prefeitura prevê a retirada de algumas mangabeiras e vai colocar em risco toda reserva. “O projeto diz que a reserva vai permanecer, mas o que a gente observa é que essa área de reserva será um quadrado, como uma praça. Quando a gente considera a área que temos hoje (com 6 mil mangabeiras), vamos ter uma perda de 1.800 pés de mangabeira, que estão em duas áreas grandes e em laterais que vão ser tomadas pelo conjunto. Além disso, a área da reserva vai ficar separada do conjunto por uma rua apenas, o que vai colocar em risco essa atividade tão importante para essas famílias”, explica.
Ainda segundo Uilson, algumas árvores já foram perdidas com a ocupação das Mangabeiras e durante o processo de derrubada dos barracos, mais recente. A comunidade diz que tem pedido compreensão da Prefeitura de Aracaju e, através do Ministério Público Federal, aguarda ações que resguardem a totalidade da reserva. O processo vem sendo mediado pelo MPF há cerca de 3 anos.
Quando anunciou a construção de mil casa na região, a Prefeitura de Aracaju afirmou que o projeto contemplava a manutenção da reserva das mangabeiras – garantindo o trabalho das extrativistas do fruto. Diante das afirmações do presidente da associação, nossa reportagem consultou a Prefeitura se haveria posicionamento, mas até o fechamento desta reportagem não tivemos retorno da PMA.
Foto: Enviada pela Associação das Catadoras de Mangaba / Divulgação
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